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Professora Júlia fala sobre o desenvolvimento do futebol feminino

Professora Júlia fala sobre o desenvolvimento do futebol feminino

Graduada em Educação Física pela Universidade de Passo Fundo (UPF), a professora Júlia Pastre Teles é responsável pelo projeto feminino da Escola de Futebol Marau (EFM). Marauense de 22 anos, está na escola desde 2020 e leciona desde 2022. Júlia concluiu a graduação, como educadora física, neste ano.

Acompanhe a entrevista exclusiva de Júlia Pastre Teles sobre seu início de carreira e o desenvolvimento do futebol feminino.

– QUAL FOI A INSPIRAÇÃO PARA O INÍCIO NO ESPORTE?
Acredito que primeiro de tudo foi o incentivo que tive da minha família, jogar quando era pequena e também, não menos importante, do meu primeiro professor de Educação Física que me incentivava muito a jogar. Então depois quando optei em fazer a graduação na área, se manteve esse incentivo, logo apareceu a oportunidade de trabalhar na escolinha. Então o incentivo de quem esteve sempre próximo auxiliou muito e hoje trabalhar com isso, é muito gratificante.

– COMO SURGIU A OPORTUNIDADE NA EFM?
A oportunidade surgiu no final de 2020, onde iniciei trabalhando na escolinha como auxiliar, na sub-05, como costumamos chamar de Baby-Fut.

– COMO É A CONVIVÊNCIA COM AS ALUNAS? QUANTAS ESTÃO NO PROJETO?
Minha convivência é muito boa. Meu grupo é ótimo para trabalho. Temos hoje em torno de 60 meninas. Acredito que ter uma boa convivência com o grupo que tem nas mãos, ajuda no desenvolvimento delas. Se tivermos o ambiente bom de trabalho e que elas se sintam à vontade, para elas gostarem de fazer as atividades, conseguimos ter no final um resultado e um desempenho muito melhor no que se refere à parte esportiva.

– QUAL A PRINCIPAL DIFICULDADE QUE SE ENCONTRA NESTE MEIO?
Acredito que seja o investimento. Se formos pensar, um tempo atrás tínhamos bem menos competições, as meninas estão aparecendo. A gente tá caminhando pra algo maior, está tendo um progresso bem interessante, mas ainda precisa melhorar, ainda não tá no potencial máximo. A questão mesmo é investimento.

– QUAL A IMPORTÂNCIA QUE ESSA ÚLTIMA COPA DO MUNDO FEMININA TEVE?
Eu acredito que não tenha como descrever o tamanho da importância, em especial essa última. Até pelo fato de ter sido televisionada. Não todos os jogos, mas alguns. O Brasil não teve o desempenho que esperávamos, mas elas fizeram muito pelo investimento que nós temos. Serviu também pra quebrar alguns tabus. A gente ainda escuta que “futebol é coisa de menino”. E muito pelo contrário, não tem mais como falar isso. Hoje você liga a televisão, você tem mulheres apitando jogos de futebol masculino, jogos femininos sendo transmitidos e mulheres comentando jogos.

– VOCÊ VÊ O FUTEBOL FEMININO COMO UMA REALIDADE OU UMA PROMESSA? TANTO NA REGIÃO COMO NO MUNDO.
Eu vejo como realidade, mas também tem muito a melhorar. Principalmente quando falamos de investimento e visibilidade. A Copa do Mundo está aí pra isso. O ponto de visibilidade é esse. As meninas precisam mostrar serviço. Então é uma realidade, mas ainda é uma promessa por tudo que pode vir a ser. Os meios de comunicação também vão agregar muito pra essa evolução.